sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mineiro

Ronaldo Simões Coelho
Para José Mauro Lourenço da Costa

Mineiro eu também nasci
e desde pequeno eu vi
o que é bom nesse povo
escondido na montanha
como a gema lá no ovo
e na teia cada aranha

Sou rico sem ter dinheiro
Sou rico por ser mineiro
Pois bem sei que meu tesouro
Não é prata nem é ouro
É uma coisa especial
Que vou mostrar tal e qual

O mineiro onde ele vai
Vai sempre falar uai
Vai sempre fazer amigo
Não vai temer o perigo
Aqui, ali, acolá
No sul ou no Ceará

Se o mineiro está calado
Está pensando um bocado
E matutando estará
Sobre o que tem a falar
E qual efeito terá
Em quem o vai escutar

Pois o mineiro tem medo
De dividir um segredo
Com quem amigo não for
Por isso é desconfiado
E por isso tem horror
De ser mal interpretado

Daí o muito pensar
O falar claro e não dar nó
Por crer que a sinceridade
Que é filha da liberdade
Faz de todos nós um só